Como é realizado o teste de embalagem de um produto?
O que pode garantir que uma embalagem seja a ideal para a proteção de um produto? Quem disse “teste de embalagem”, acertou!
Chegar à embalagem ideal para preservação dos materiais nela contidos é uma verdadeira ciência. Antes de efetivamente serem usadas, as embalagens passam por estudos rigorosos em seu planejamento. São eles que determinam se as caixas, invólucros e pacotes são realmente capazes de proteger seu conteúdo contra danos ou quebras.
A realização de testes é vantajosa para o fabricante, pois reduz o desperdício de mercadoria — que pode ser devolvida pelos clientes por danos —, e para os clientes, que usufruem da experiência de deslumbramento causada por um produto novinho e de mais segurança, algo especialmente importante no caso dos alimentos e bebidas.
Quer saber mais sobre teste de embalagem? Continue a leitura!
Qual a importância do teste de embalagem?
Antes de a embalagem ser colocada no mercado, é essencial medir, ensaiar e examinar seu material. Afinal, ele deve corresponder ao que foi especificado por órgãos governamentais, fiscalizadores, fornecedores e clientes para assegurar que tem condições de ser usado. É isso que garante sua qualidade.
Há, ainda, alguns aspectos essenciais para o bom funcionamento do negócio, como você pode confere a seguir.
Sustentabilidade
Uma embalagem robusta e repleta de camadas nem sempre assegura a proteção do conteúdo e ainda provoca a geração de muito lixo. O Ministério do Meio Ambiente estima que 80% das embalagens sejam descartadas após terem sido usadas apenas uma vez. A mesma pesquisa aponta que um terço do lixo doméstico é composto por embalagens.
O testes permitem saber se há excesso ou insuficiência de elementos protetivos na embalagem, para que seja possível adequar essa quantidade.
Eles também permitem determinar qual material é mais adequado para proteger cada tipo de produto, otimizando o uso de recursos e diversificando a gama de opções para sua empresa. Todas essas atitudes são benéficas para o meio ambiente.
Redução de custos
Esse controle ajuda a reduzir custos com a logística. Isso porque os testes otimizam o uso de materiais e reduzem o volume das embalagens por meio de sistemas de encaixe e uso de materiais mais efetivos.
Assim, garantimos que o espaço de armazenamento e a quantidade de caminhões para transporte de produtos acabados sejam otimizados. E mais: quanto menos material for utilizado, menos resíduos serão descartados e menos produtos serão desperdiçados.
A etapa de empacotamento também se torna menos dispendiosa com uma visão mais inteligente das embalagens pois o desempenho do equipamento está diretamente relacionado à qualidade da embalagem. Quanto mais eficiente ele for, melhor a máquina funciona.
Segurança
Em algumas indústrias, o teste de embalagem é crítico. Dispositivos médicos, por exemplo, podem ser facilmente danificados. Furos e microfuros interferem na estabilidade, na eficácia e na segurança de cosméticos e medicamentos.
Manter a esterilidade de produtos como estes é uma necessidade primordial. Daí a importância de submeter embalagens a diferentes temperaturas, altitudes e níveis de umidade. Dessa maneira, os testes conseguem determinar se há vazamentos que possam danificar o produto.
Outro segmento que depende de testes rigorosos das embalagens é o de materiais perigosos. Afinal, é importante garantir que a embalagem de produtos químicos e outras substâncias com potencial de risco proteja todos os que tiverem contato com eles: trabalhadores da fábrica e do transporte, clientes e público em geral.
Por isso, antes mesmo de começar a fazer teste de embalagem, é preciso definir os parâmetros a serem seguidos. O primeiro passo é que a empresa tenha implantado um plano de amostragem e definido os níveis de qualidade aceitável (NQAs).
Quais são os tipos de teste de embalagem existentes?
Os testes de embalagem podem ser divididos em duas categorias: os visuais, que avaliam defeitos por atributos, e os dimensionais, que examinam defeitos mensuráveis.
Testes visuais
No primeiro caso estão bolhas, manchas, cores, falhas de gravação e outros. Na categoria dos dimensionais, são definidos parâmetros e variações aceitáveis.
Nessa etapa, são avaliados aspectos como a centralização da estampa, a impressão de lote e validade, do código de barras e a qualidade das soldas. Nesse último aspecto, as soldas horizontais e verticais do pacote são testadas para certificar de que lado houve aderência e ausência de pregas.
Enquanto não existem parâmetros para medir os defeitos visuais, algumas empresas criam álbuns com fotos que mostram os padrões aceitáveis. Assim, é possível simulá-los.
Outro aspecto importante nessas análises é a cor: podem ser definidos padrões de máximo e mínimo, feitos pelo fornecedor, ou usada a escala Pantone.
Como, em geral, se tratam de fatores subjetivos, é difícil definir a aprovação quando há defeitos por atributos. Esse tipo de avaliação requer que os técnicos tenham experiência e conhecimento individual sobre as características a serem examinadas.
Testes dimensionais
Os testes dimensionais, por sua vez, permitem medir a embalagem. Em geral, os parâmetros estão descritos no desenho técnico da peça já com as variações permitidas para mais e para menos. Se a característica estiver de acordo com a variação — e desde que não haja outro defeito — o lote é aprovado.
Em geral, os testes dimensionais incluem altura, largura, profundidade, espessura, diâmetros interno e externo, peso, volume e similares. Nesse tipo de teste, então, se as especificações forem respeitadas, é relativamente fácil saber se o item deve ser aprovado ou reprovado.
A avaliação do peso do produto, por exemplo, nos informa se a mercadoria corresponde à quantidade informada na embalagem ou se é necessário realizar ajustes.
Vibração e resistência ao impacto
Vibração e resistência ao impacto podem afetar os produtos mesmo quando eles estão embalados. Por isso, é importante avaliar como eles podem ser atingidos nessas situações.
Os testes incluem a queda de uma plataforma elevada (drop test ou impacto por queda livre), por exemplo, para medir o grau de danos provocados na embalagem.
Podem, ainda, ser simulados empurrões — que podem ocorrer quando a mercadoria é transportada, em diferentes modais — e, posteriormente, analisados os itens para saber se se soltam quando agitados. Da mesma forma, pode-se medir a força necessária para inserir os itens embalados nos contêineres e como a remoção deve ser feita.
Pressão e temperatura
Aqui, as embalagens são submetidas a diferentes condições de temperatura e pressão ao longo do ciclo de transporte. Isso afeta diretamente as suas condições de armazenamento. Por isso, é tão importante simular processos como aquecimento e descongelamento, por exemplo.
Quando é necessária muita pressão nos processos de embalagem e desembalagem das mercadorias, podem haver danos em partes sensíveis. Um teste que determine essa característica ajuda, portanto, a evitar avarias nesse tipo de produto.
Ensaios de resistência à compressão dinâmica, com uso de equipamentos ou chapas específicas para simulação de movimentos de força, são utilizados nessa etapa.
Com isso, as empresas conseguem obter mais dados para especificar o empilhamento máximo. Uma câmara de vácuo permite avaliar, por exemplo, a vedação de pacote e a detecção de possíveis vazamentos no acoplamento da tampa e do frasco, como explicaremos a seguir.
Algumas empresas têm equipamentos que permitem fazer experimentos mais direcionados. Câmaras ambientais, por exemplo, avaliam o comportamento de materiais abaixo do solo, quando há excesso de umidade, em condições de flutuações extremas de temperatura e altitude, entre outros.
Como fazer testes específicos?
Além dos testes básicos, muitas empresas têm testes específicos para seus produtos. Como não há normas para eles, é comum que essas companhias criem suas próprias ferramentas para, assim, poder avaliar e definir a aprovação das embalagens de acordo com parâmetros coerentes e a definição de NQAs (níveis de qualidade aceitável) correspondentes.
Quem nunca pegou um vidro de palmito em que a tampa estava mais difícil de abrir do que o normal? Ou, ao contrário, um que abriu tão facilmente que até parecia que não tinha sido bem fechado? Além disso, é preciso verificar a adesividade de rótulos, as dobradiças de tampas flip-top, a resistência a queda de frascos e outros.
Outro teste importante é o que avalia a vedação da embalagem (quando necessário). A forma mais comum de executá-lo é submeter o recipiente (ou a parte que pode estar sujeita a vazamento) a uma câmara de vácuo por 1 minuto a 1 atm ou 760mm de Hg. Com ele, é possível detectar a chance de ocorrerem vazamentos.
Cada caso, então, é bastante específico — e as avaliações devem ser determinadas a partir dessas peculiaridades. Por isso, é essencial que a companhia defina quais são os parâmetros mais importantes a serem aplicados no teste de embalagem para garantir sua qualidade.
Esses requisitos variam de acordo com o modelo de negócio, o produto, o perfil do consumidore as possibilidades oferecidas pela cadeia logística: daí a importância de escolhê-los com cuidado. Hoje, a norma NBR 5426 da ABNT serve como base para a confecção de todas as outras normas e procedimentos de amostragem e análise de materiais de embalagem.
Viu só como o teste de embalagem nos ajuda a avaliar, com rigor, a efetividade dos materiais para assegurar a integridade do produto?
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