Como os hábitos de consumo influenciam nas embalagens?
Os hábitos de consumo são um fator que exerce grande influência nos mais diversos aspectos da indústria. No segmento de embalagens, por exemplo, a produção de modelos impressos em papel e papelão tem, nos últimos anos, ganhando mais espaço, enquanto as opções de plástico têm sido preteridas.
Isso é um reflexo claro da alteração nos padrões de consumo da população: cada vez mais aumenta a busca por itens sustentáveis, renováveis e recicláveis. O grau de consciência sobre as necessidades e os desafios do meio ambiente tem levado a um consumo mais responsável.
E não é só isso: há outras tendências importantes nesse mercado. Quer conhecê-las? Continue com a gente e acompanhe o post!
Influenciadores: mais engajamento
Um dos maiores fenômenos dos últimos anos são os influenciadores. São eles que guiam a grande massa de consumidores pelos caminhos recheados de informações do universo virtual. Um estudo da Tetra Pak identificou a existência de “Super Líderes”, que influenciam a preferência por marcas na comunidade digital.
Embora representem, em média, apenas 7% da população online (no Brasil, chegam a 9%), os Super Líderes são os mais ativos e sociais do meio digital. Mais da metade deles (57%) publica avaliações de produtos toda semana e cerca de dois terços (65%) afirmam que ficam mais propensos a fazê-lo depois de uma experiência positiva.
Quando engajados com uma marca, podem se tornar seus evangelizadores: espalham mensagens, formam opiniões e ajudam a aumentar a confiança nos produtos. Mais de três quartos deles (78%) esperam que as empresas respondam às suas avaliações e classificações, interação que melhora a opinião sobre a marca.
Jornada do consumidor: transformações constantes
Cada vez mais, a jornada do consumidor passa do linear para uma rede de múltiplos pontos de contato. Antes de escolher um produto, ele procura pelo menos quatro fontes de informação — e muitas delas estão fora do controle das marcas, como é o caso das redes sociais.
Nesse processo, as avaliações desses líderes são uma das fontes mais confiáveis na visão do consumidor. A era da comunicação passiva e unidirecional acabou: o cliente conectado espera que as marcas se comuniquem com ele de forma omnichannel.
Embalagem: estratégia de engajamento
Um levantamento da Nielsen mostra que, em média, 70% das decisões de compra são tomadas em frente à gôndola. Além disso, entre os gatilhos que impulsionam esse processo estão o tamanho (13%) e o tipo de embalagem (11%). Assim, o pacote pode incentivar a compra por impulso de produtos como chocolates em barra, iogurtes, queijos, biscoitos e molhos de tomate.
Diante desse cenário, a embalagem pode ser estratégica para o engajamento dos Super Líderes e, consequentemente, do público. É possível, por exemplo, imprimir códigos digitais que melhorem a transparência da rastreabilidade e permitam acesso a informações desde a matéria-prima utilizada até a chegada às mãos do cliente.
Dessa forma, o próprio produto, por meio da embalagem, se torna um canal de comunicação. Uma das tendências nesse segmento é o uso de realidade aumentada e outras tecnologias digitais. Assim, pode-se usar o pacote como plataforma para a captura de dados sobre o consumidor.
Tendências: mudança de hábitos
Uma das características do novo consumidor é sua falta de tempo — que é, hoje, um bem muito valioso. Muitas vezes, esses indivíduos se alimentam em trânsito: comem em pé, enquanto andam ou mesmo dentro de trens, metrôs e ônibus.
Essa nova forma de viver cria, constantemente, tendências que devem ser percebidas pelas empresas que buscam estar à frente da concorrência. A partir disso, podem ajustar ou criar produtos adequados às necessidades atuais do público.
É assim que surgem itens como o café que esquenta na própria lata (ao apertar de um botão no fundo da embalagem), os snacks que podem ser despejados diretamente na boca (para não sujar os dedos) e assim por diante. Veja, a seguir, algumas das tendências atuais do mercado de embalagens.
Diferenciação
Ao longo do tempo, as embalagens evoluem para acompanhar o perfil do consumidor. Foi assim que as garrafinhas de iogurte foram substituídas por copos, os copos de requeijão deixaram de ser de vidro (os de plástico são empilháveis e quebram menos) e muitos alimentos passaram a ser acomodados em stand-up pouches (que ficam em pé).
Na busca por hábitos saudáveis, o cliente passou a buscar produtos que contribuem para a manutenção da saúde e do bem-estar. Esses itens ganharam, então, embalagens com design moderno e colorido para atraí-los.
Porções individuais
Um movimento importante engloba a redução do tamanho das embalagens e o aumento das porções individuais. O número crescente de pessoas que moram sozinhas e querem evitar o desperdício levou para esse caminho. No Brasil, entretanto, ainda há muitos consumidores que optam pelas embalagens econômicas, que acomodam mais produto e têm melhor relação custo-benefício.
Praticidade
Praticidade e conveniência são uma busca constante do consumidor. Novas tecnologias aplicadas em embalagens tornam isso possível e ainda aumentam o prazo de validade dos produtos. Assim, embalagens “abre e fecha”, materiais que podem ser levados ao micro-ondas e filmes que vão ao forno são garantia de sucesso.
Sustentabilidade
Um estudo da Europanel, sob encomenda da Unilever, aponta que 21% dos consumidores preferem marcas que investem em sustentabilidade. E essa tendência é mais forte em países emergentes: enquanto 53% das pessoas têm essa preocupação no Reino Unido, na Índia são 88% e, no Brasil e na Turquia, 85%.
O maior engajamento do consumidor em causas ambientais é o responsável por esse comportamento. O público está cada vez mais preocupado com os impactos nocivos das indústrias no meio ambiente, como a escassez de água, energia e alimentos e a poluição do ar, por exemplo.
Com a necessidade constante de atender aos desejos do consumidor e seus hábitos de consumo, é fundamental que as empresas acompanhem essas e outras tendências do segmento de embalagens. Afinal, oferecer opções convenientes é uma forma de suprir as necessidades do cliente para que ele continue fiel à marca. Assim, a companhia garante a competitividade perante à concorrência.
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